domingo, 7 de março de 2010

Matemática cantante

XXII
(Descoberta da «outra » matemática)

Ai o ponteiro da tortura
naquela sala
que a matemática tornava mais escura
em vez de iluminá-la.

Felizmente só o nada-de-mim ficava lá dentro.

O resto corria no pátio-em-que-nos-sonhamos
pássaro a aprender os cálculos do vento
aos saltos para os ramos.

Mas só quando voltava para casa à tardinha
encontrava a minha verdadeira matemática à espera
na lógica dura das teclas do piano,
no perfil-oiro-pedra da vizinha,
na flauta de água macia do tanque
- chuva de Mozart nos zincos da Primavera…

Matemática cantante.

José Gomes Ferreira

Enviado pela professora Maria José Tinoco, preciosa colaboradora deste blogue (encontra a Matemática na Poesia)

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